
Ver os noticiários há um bom tempo deixou de ser um prazer. Você vê desgraça física, econômica e moral, pessoas morrendo por nada, idosos apanhando de empregados, políticos aprovando aumento de salário para eles mesmos, funcionário recebendo bônus porque está cumprindo com o horário de trabalho e a guerra civil que se descortina bem em frente aos nossos olhos na hora do jantar.
Há 15 dias moradores de uma comunidade no Rio de Janeiro vivem em estado de alerta, com tiroteios acontecendo diariamente e presenciam o desenrolar de estratégias dos dois lados da moeda: de um lado os bandidos, utilizando óleo para impedir a subida do caveirão nos pontos mais íngremes, retirada de tampas de bueiros e utilização de rádios para se comunicarem; de outro os policiais, tentando proteger a população, fazendo tímidas incursões pela comunidade e explodindo uma casamata, que já está sendo reerguida pelo tráfico.
Mas o que saltou aos meus olhos e ouvidos nesta quarta-feira, foi uma notícia dada pelo noticiário local. Uma mulher estava trabalhando e de repente uma bala perdida invadiu o escritório, passou do lado dela, ricocheteou na parede e foi se alojar num aparelho de fax. Espantada, a mulher ligou para o 190 para pedir que alguém fosse até lá para fazer a perícia, para sua surpresa o atendente disse que bala perdida era caso comum no Rio de Janeiro e que não tinha ninguém para enviar até lá.
Ao fazer a matéria, a repórter informou que o 190 só atende emergência e casos de balas perdidas com vítimas. Casos como o da secretária devem ser acompanhados pela delegacia mais próxima do local onde ocorreu o fato.
Enfim... e se outras balas perdidas pegassem o rumo do escritório???
E como dizem meus amigos do Agrotóxico... Estado de Guerra Civil!!!!!!!